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Crise nos hospitais federais do Rio: Descaso e contratos superfaturados

Materiais vencidos custaram mais de R$ 20 milhões, enquanto orçamento dos seis hospitais federais do estado passa de R$ 860 milhões. Mais de 18 mil pacientes estão aguardando procedimentos cirúrgicos.



Os seis hospitais federais no estado do Rio de Janeiro estão enfrentando uma situação alarmante de deterioração, com materiais vencidos custando mais de R$ 20 milhões e mais de 18 mil pacientes aguardando procedimentos cirúrgicos. Enquanto isso, o orçamento dessas instituições ultrapassa os R$ 860 milhões, lançando dúvidas sobre a alocação de recursos.


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Nos corredores desses hospitais, pacientes aguardam meses, às vezes anos, por tratamentos enquanto internamente enfrentam salas trancadas com leitos inutilizados, materiais médicos vencidos e prédios negligenciados. Apesar de quase 48 mil internações e cerca de 43 milhões de atendimentos ambulatoriais realizados no ano passado, a lista de espera por procedimentos médicos só aumenta, evidenciando uma gestão deficiente e ineficaz.


O depoimento de dona Elza, que espera há uma década por uma cirurgia no joelho, reflete o sofrimento e a indignação dos pacientes submetidos a essa desordem administrativa. Enquanto isso, as autoridades ainda investigam a responsabilidade pelo descarte de próteses e materiais cirúrgicos, que perderam a validade em meio à negligência.


A infraestrutura física dos hospitais também está em ruínas, com redes elétricas comprometidas, representando um perigo iminente para a segurança de pacientes e funcionários. No Hospital Federal de Bonsucesso, relatórios de manutenção alertaram para cabos subdimensionados e superaquecidos, aumentando o risco de incêndios. A ala da emergência permanece fechada há mais de três anos, evidenciando a incapacidade de resolver problemas críticos.


As condições precárias não apenas comprometem o funcionamento dos equipamentos médicos, mas também ampliam o risco de incidentes catastróficos. O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-RJ), Miguel Fernández, destaca a gravidade da situação, descrevendo-a como um "filme de terror", resultante de uma negligência.


O desamparo dos pacientes é evidenciado pela falta de leitos funcionais, com unidades como a de Bonsucesso fechando 83 leitos devido à precariedade da infraestrutura elétrica. No Hospital Federal da Lagoa, quartos de semi-UTI permanecem lacrados até que haja contratação adequada de pessoal médico. Além disso, no Hospital dos Servidores, contratos sem licitação levantam questões sobre transparência e eficiência na gestão de recursos.


O Ministério Público Federal recentemente demandou esclarecimentos sobre esses contratos, demonstrando uma tentativa de investigar e responsabilizar os responsáveis por essa crise. No entanto, a situação exige medidas urgentes para garantir a segurança e o atendimento adequado aos pacientes, algo que parece estar longe de ser alcançado sob a atual gestão federal.

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