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Redação

DECADÊNCIA: Pontos turísticos da Lapa viraram "Cracolândia"

Conhecida como o “point da boemia carioca”, a região é um dos principais pontos da cidade onde há comércio de entorpecentes



Ao chegar no Rio de Janeiro, no início do ano passado, Rita (nome fictício) idealizava as oportunidades que encontraria. Contudo, logo percebeu a limitação dessa expectativa. Sem emprego, dinheiro ou lugar para morar, passou a explorar e a conhecer a cidade não pelos pontos turísticos, mas por ruas, becos, favelas e bocas de fumo, onde conheceu o crack e se tornou adicta. Alta, de pele negra, cabelo cacheado e curto, ela faz parte do grupo atendido no Ponto de Apoio na Rua (PAR), da prefeitura, localizado na Praça da Cruz Vermelha, no Centro do Rio. O sorriso largo parece paradoxal às percepções sobre si mesma:


"Tenho 23 anos, mas sei que pareço ter 40. Sou viciada em crack, e tento conter em mim a força de usar essa droga. Infelizmente, ainda não consegui: é minha válvula de escape."

A compra das pedras, como a droga é vendida, é feita, conta ela, a um quarteirão do PAR, num sobrado abandonado. Segundo um agente da 5ª DP (Mem de Sá), o tráfico de drogas local, controlado pelo Comando Vermelho, aproveitou a nova concentração de pessoas em situação de rua para ampliar o ponto de venda, antes presente em casarões desocupados na Lapa. A região como um todo, como narram policiais, moradores e comerciantes, tem enfrentado um aumento na sensação de insegurança.


Conhecida como o “point da boemia carioca”, a Lapa é um dos principais pontos da cidade onde há comércio de entorpecentes. Parte dessa realidade pode ser explicada pela presença das pessoas desabrigadas, vistas como alvos fáceis por criminosos, sobretudo pela condição de vulnerabilidade. O crack é a droga mais consumida entre elas, tanto pelo baixo preço — uma pedra, na região, pode variar de R$ 5 a R$ 15 —, quanto pela rápida dependência e sensação de prazer e saciedade.

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