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DENÚNCIA: Abrigo para idosos em Itaguaí é investigado após denúncias de maus-tratos

Parentes denunciam que os abrigados tomam banho frio, não se alimentam corretamente e são agredidos. A instituição, que é privada, nega as acusações.



A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio (MPRJ) investigam uma denúncia de maus-tratos em um abrigo de idosos de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio. Parentes denunciam que os abrigados tomam banho frio, não se alimentam corretamente e são agredidos. A instituição, que é privada, nega as acusações.


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Nas redes sociais, o abrigo Lar Melhor Idade é descrito como "um espaço acolhedor" que trata os idosos "com respeito", que busca "dar qualidade de vida" e tem "espaço de leitura" e uma "equipe multidisciplinar."

As fotos mostram piscinas, parquinho, camas limpas e organizadas. Tudo isso por R$ 1.500 mensais. Mas, após denúncias de familiares, o local passou a ser investigado.


A descoberta aconteceu após a filha de um idoso de 72 anos visitá-lo. A mulher fez imagens dos idosos na área externa do abrigo. Alguns deles estavam com os pés descalços no chão frio. Outros com meias velhas. A grama não é cortada há meses.

Além disso, dentro da casa, cadeiras higiênicas sujas e enferrujadas estavam amontoadas. Um dos assentos estava preso por um pedaço de pano.


Banheiro sem luz e banho gelado


As paredes do local têm muita infiltração. Além disso, um dos banheiros estava sem luz.

"Não tem luz no banheiro. Vocês não conseguem usar o banheiro à noite, né?", pergunta a mulher para um idoso, que responde: "Eu venho fazer xixi no escuro. Ou faço na fralda."


A idosa conta que o banho é gelado e de mangueira.


"A gente toma banho de manhã, por volta das 5 horas. (Tomamos banho) na borracha. Não tem chuveiro. Escangalhou. A água (da borracha) é gelada."

A idosa disse ainda que, na hora do banho, homens e mulheres ficam juntos e pelados.


Ainda de acordo com quem vive no local também há falta de comida.


As denúncias chegaram à Polícia Civil e ao Ministério Público. Depois da denúncia, agentes da 50ª DP (Itaguaí) estiveram no local, ouviram os idosos e fizeram uma perícia na casa de repouso. Os responsáveis pelo espação serão intimados para prestar depoimento.


A filha de um paciente afirma que o pai foi vítima de agressão física.


Abrigo reabriu com outro nome


O Lar Melhor Idade chegou a ser interditado pela prefeitura da cidade após denúncias de irregularidades, mas continuou funcionando com novo nome e razão social. O nome "Lar Melhor Idade" tem menos de 20 dias.


Segundo o registro da empresa, entre abril e dezembro, o local era chamado de Lar Noah, mas mudou depois das denúncias.


Por telefone, Érica Assis, psicóloga e responsável pelo local, desmentiu as denúncias e fez acusações contra a filha do idoso que denunciou as más condições.


A Comissão de Direitos Humanos da OAB, que também recebeu a denúncia, cobra rapidez na investigação. Para os representantes do órgão, o local se assemelha a um manicômio e que é preciso agilidade na apuração das supostas irregularidades.


A Polícia Civil disse que está aguardando o resultado da perícia, e que as vítimas já foram ouvidas e fizeram exame de corpo de delito.


A Prefeitura de Itaguaí diz que interditou o abrigo no ano passado pelas más condições de higiene, pela alimentação precária dos idosos e por ter uma estrutura física não compatível com a quantidade de idosos acolhidos. E que, desde então, vem monitorando o abrigo para fazer as adequações necessárias.


O Ministério Público não se posicionou.

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