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DITADURAS: O comportamento humano coletivo como raiz de todos os males

Desde antes no tempo, o homem, não contente com o que representa para si próprio, tornou-se suserano e passou a buscar meios e modos de sobrepujar seu igual para torná-lo vassalo.

Tem sido assim desde os primevos tempos em que o homem, naturalmente livre, se foi aglutinando e formando pequenos núcleos sociais (clãs, tribos, burgos, cidades etc.), até que se reuniram todos em sociedades organizadas.

Não podendo evitar os naturais conflitos, a sociedade fez surgir o Estado, com a incumbência de mediar a convivência individual e coletiva e torná-la pacífica e harmoniosa. Tudo, é claro, obedecendo às leis, espécie de freio aos excessos comportamentais. Enfim, um sistema de pesos e contrapesos a tentar equilibrar o fiel de uma balança social que, porém, insiste ainda hoje em oscilar para um lado ou para o outro nos seus extremos. E, como a sociedade necessitava se defender, o Estado por ela criado tornou-se forte e poderoso, a ponto de recrutar cidadãos para as guerras de conquista ou de defesa, muitas vezes sob ameaça de punição letal por negativa de recrutamento.

O equilíbrio entre a vontade da sociedade e a vontade do Estado jamais foi alcançado. Hipoteticamente, seria a democracia o caminho para lograr tal desiderato, mas o que se vê hodiernamente é uma sociedade conflitante, tendo como efeito a hipertrofia estatal e diversas formas de despotismo dissimuladas em regimes que de democráticos nada têm. Em contrário, o Estado se tornou déspota, e seus dirigentes, mesmo que eventualmente substituídos, por voto ou por revolução, culminaram seduzidos por uma maquinaria estatal interventiva e paternalista, sendo os cidadãos ínfimos clientes sufocados pelo Leviatã que de boa-fé instituíram. Enfim, o Estado se transformou numa teratogenia social.

Não seria demais, diante desta realidade, afirmar que as sociedades contemporâneas são reféns de seus Estados, estes que, de prestadores de serviço e garantidores da liberdade e dos direitos individuais, passaram à condição de impunes tiranos. Sim, é o Estado, como ente concreto, o mandatário absolutista ou representativo, que se utiliza de alguns cidadãos, – como eventuais dirigentes eleitos ou burocratas, – para julgar seus próprios atos. Ficou a sociedade esperneando em cobranças inúteis e o Estado gargalhando às escâncaras do alto de sua intangível posição.

O chamado “poder público” cuidou de vigiar e punir cidadãos inconformados, para inibir sob opressão os demais, situando num segundo plano o combate ao poder marginal, este que se foi insidiosamente mesclando a um Estado opressor de uma tessitura social deformada por desigualdades e extremismos insanáveis, tornando-se único poder estatal detentor de uma abstração denominada “interesse público”. E, por conta dessa abstração, nasceram os ditadores!

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