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Juliana Torres

Estudos buscam viabilizar barcas diretas entre a Praça XV e São Gonçalo

Especialista aponta que trajeto é solução contra superlotação



O serviço de transporte aquaviário na Região Metropolitana do Rio, atualmente operado pela CCR Barcas, que conecta Niterói ao Centro da capital fluminense, enfrenta críticas constantes devido à superlotação, gerando desconforto e transtornos para os usuários.


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Especialistas argumentam que a solução para aliviar a superlotação está na expansão das linhas, destacando a inclusão de uma rota direta de São Gonçalo para o Rio. "A implementação da nova linha de barcas é mais do que uma medida de conveniência; é uma solução viável para a crise de superlotação enfrentada atualmente. Ao proporcionar uma alternativa direta e eficiente, podemos aliviar significativamente a pressão sobre o serviço existente", assegura Rafael Calabria, especialista em Mobilidade Urbana.


Apesar de não ser uma proposta recente, a linha ligando São Gonçalo ao Rio é debatida desde os anos 2000 e estava contemplada no novo modelo de licitação das barcas, elaborado no início deste ano. Contudo, a sua efetiva implementação permanece em fase de estudo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), gerando indignação entre os usuários.


A demora para concretização do projeto tem causado impactos diretos na vida dos moradores da região. Ana Oliveira, uma atendente de loja de 32 anos e mãe de dois filhos, descreve sua rotina diária como uma "verdadeira maratona". O trajeto inclui ônibus até Niterói, barcas para o Rio, e vice-versa, resultando em cerca de 4 horas diárias apenas em deslocamento.


"Encarar essa jornada diária de São Gonçalo ao Rio é como participar de uma maratona exaustiva. Sinto que cada minuto é uma batalha para conquistar meu tempo e minha qualidade de vida. Por isso, uma linha direta de São Gonçalo para o Rio não seria apenas um trajeto, seria um respiro", desabafa Ana Oliveira.


Rafael Calabria, especialista em Mobilidade Urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), destaca que a viabilidade desse projeto não é uma questão técnica, mas sim uma questão de prioridade e visão. Ele enfatiza que o transporte é um direito social e que o projeto só sairá do papel quando os setores empresariais entenderem a importância de encarar o transporte como tal, não apenas como um serviço voltado ao lucro.


"A falta de uma linha direta de São Gonçalo para o Rio não é apenas uma lacuna na mobilidade, mas também uma barreira para o acesso a serviços e oportunidades essenciais para a população. A implementação desse projeto não deve ser considerada um ônus financeiro, mas um investimento no bem-estar da população", ressalta Calabria.


Quanto à implementação da nova linha, a Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana (SETRAM) informou que o projeto ainda está em fase de estudo, dependendo de diversos fatores a serem analisados. A SETRAM destaca que a implementação de novas linhas requer investimentos em projeto, licenciamento ambiental, aquisição de embarcações, dragagem e construção de terminais.

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