Após afirmar que as Forças Armadas não eram uma força reguladora, o presidente Lula disse ter “perdido a confiança em partes do Exército”. A afirmação foi concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, que publicou reportagem sobre o assunto nesta sexta-feira, 13. Segundo a reportagem, pela primeira vez na história, um presidente recusou ordens de militares uniformizados para servirem como seus auxiliares — pessoas que estão ao seu lado o tempo todo, inclusive em reuniões particulares e em sua limusine. Em vez disso, Lula preferiu um homem “mais confiável”.
“Quando eu recuperar a confiança, eu volto à normalidade”, disse Lula, quando o Estadão perguntou se ele se sentia “ameaçado” pelos militares.
Durante um café da manhã com repórteres, o presidente disse que entregaria o cargo a um segurança que trabalha com ele desde 2010. Lula citou “ameaças de morte” de militares contra militantes do PT como motivo de sua desconfiança. Segundo o Estadão, os comentários de Lula sobre os militares alimentaram o descontentamento e a oposição do presidente nas cúpulas do Exército, Marinha e Aeronáutica. A interpretação no meio militar é que Lula agravou as tensões.
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