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Heloisa Erthal

Polícia Federal investiga policiais civis por desvio de drogas e corrupção

Operação “Déjà Vu” revela envolvimento de agentes em desvio de cocaína e venda de entorpecentes


Na manhã desta sexta-feira (20), a Polícia Federal lançou a operação "Déjà Vu", mais um capítulo na investigação envolvendo policiais civis em atividades ilícitas ligadas ao tráfico de drogas. Três agentes e um delegado são os principais alvos das ações, acusados de desviar cerca de 280 kg de uma apreensão de cocaína, além de comercializar os entorpecentes.


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Cerca de 50 agentes federais cumpriram oito mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro e em Araruama, na Região dos Lagos. Entre os endereços investigados, destaca-se a 33ª DP em Realengo, bem como uma mansão em Vargem Grande, na Zona Oeste, que pertence a um dos policiais, onde foram encontrados mais de R$ 48 mil em espécie.


As autoridades judiciais determinaram o afastamento imediato dos agentes de suas funções, incluindo o delegado Renato dos Santos Mariano, que era titular da 25ª DP no Engenho de Dentro à época das ações. Além disso, foi ordenado o monitoramento eletrônico dos investigados e o sequestro de bens no valor de R$ 5 milhões.


A operação "Déjà Vu" é uma decorrência da "Operação Turfe", deflagrada em fevereiro do ano anterior, que tinha como foco o tráfico internacional de drogas. Durante a operação anterior, a Polícia Federal interceptou um carregamento de 500 kg de cocaína que estava prestes a ser exportado do Porto do Rio. Contudo, as investigações apontaram que 10 malas contendo 280 kg da droga teriam sido desviadas, enquanto somente sete delas, totalizando 220 kg, foram efetivamente apreendidas.


Aprofundando as investigações, a Polícia Federal descobriu a participação não apenas dos agentes da 25ª DP no Engenho de Dentro, mas também do delegado titular da unidade, de outro policial civil e até da irmã de um dos policiais. O nome da operação "Déjà Vu" faz referência à sensação de já ter vivido uma situação que está ocorrendo no presente.


Esta revelação de corrupção policial acontece apenas um dia após a operação "Drake," na qual quatro policiais civis que haviam passado pela Delegacia de Repressão a Furtos de Cargas (DRFC) foram presos, juntamente com um advogado, por tráfico de drogas e corrupção. Os suspeitos foram acusados de tráfico de 16 toneladas de maconha, apreendidas na fronteira entre São Paulo e o Rio de Janeiro. A investigação demonstrou que duas viaturas da DRFC abordaram um caminhão carregado com a droga e, após a detenção, negociaram a liberação da carga e a soltura do motorista mediante o pagamento de propina por meio de um advogado. Posteriormente, três viaturas da DRFC escoltaram o caminhão até a comunidade de Manguinhos, onde a carga foi descarregada por criminosos.

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