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Heloisa Erthal

VLT de Niterói é aprovado apesar de parecer técnico apontar GRAVES Irregularidades

Especialista da UFRJ expõem graves falhas e riscos do projeto e alerta para falta de transparência e a subestimação dos custos e receitas reais, mesmo assim, projeto foi aprovado na tarde de hoje na câmara Municipal de Niterói. Apenas os vereadores Douglas Gomes (PL) e Daniel Marques (PL) foram contrários.


A Prefeitura de Niterói está comemorando um investimento de R$ 450 milhões do Governo Federal para construir uma linha de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que ligará o Barreto ao Centro da cidade. No entanto, especialistas alertam para sérios problemas no projeto, que podem transformar essa iniciativa em um grande desperdício de dinheiro público.


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Projeto é aprovado Apesar de Irregularidades


Na tarde de hoje, a Câmara Municipal de Niterói aprovou o projeto do VLT com apenas dois votos contrários, dos vereadores Douglas Gomes (PL) e Daniel Marques (PL), e uma abstenção do vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL). Mesmo diante das diversas irregularidades apontadas no parecer técnico, a maioria dos vereadores votou a favor da proposta, levantando sérias preocupações sobre a transparência e a responsabilidade na gestão dos recursos públicos.


Um parecer técnico elaborado pelo Professor Jorge Martins, da UFRJ, pesquisador em Transporte e Desenvolvimento Urbano e líder do grupo de pesquisa MOBILE-LAB, a pedido do vereador Douglas Gomes (PL), revela que o projeto do VLT está cheio de erros e omissões. Os custos de indenizações para desapropriações, por exemplo, foram subestimados em mais de 34%. Isso significa que o valor total da obra pode ser muito maior do que o anunciado pela prefeitura. Além disso, as receitas que o VLT deverá gerar com passagens também foram calculadas de forma irrealista, deixando uma enorme dúvida sobre a sustentabilidade financeira do projeto.


A análise técnica aponta que a prefeitura não definiu claramente como o VLT será administrado. Dois anos após a entrega do estudo pelos consultores, ainda não há um plano claro de como o projeto será financiado e operado. Esse descaso pode levar a aumentos significativos nos custos e atrasos nas obras, comprometendo seriamente a viabilidade do VLT.


O estudo indica que o VLT pode operar com uma ociosidade de 75% nos primeiros anos. Isso significa que a maioria dos trens estará circulando quase vazios, desperdiçando recursos que poderiam ser melhor utilizados em outras áreas da cidade. A comparação com o VLT do Rio de Janeiro, que não atingiu nem um terço da demanda esperada, reforça essas preocupações.


A análise técnica também destaca vários riscos que não foram adequadamente tratados pela prefeitura. O principal risco é a baixa demanda de passageiros, que pode tornar o VLT economicamente inviável. Sem um público suficiente, o projeto dependerá de subsídios públicos, aumentando a carga financeira sobre os cidadãos de Niterói.


Os valores dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepac) foram superestimados em 25%. Esses certificados são uma importante fonte de financiamento para o projeto, e qualquer erro nos seus valores pode comprometer ainda mais a viabilidade do VLT.


O Professor Jorge Martins alerta:


"A falta de transparência e a subestimação dos custos e receitas podem transformar o VLT de Niterói em um grande desperdício de recursos públicos. Antes de seguir em frente, a prefeitura deve revisar todos os aspectos técnicos e financeiros do projeto para garantir que ele realmente trará benefícios duradouros para a cidade."


O vereador Douglas Gomes, crítico do projeto, declarou:


"O parecer técnico do Professor Jorge Martins confirma o que já vínhamos alertando: o VLT, do jeito que está sendo proposto, é um verdadeiro cheque em branco que pode comprometer o futuro financeiro de Niterói. Não podemos permitir que a prefeitura avance com um projeto cheio de falhas e sem uma análise detalhada dos custos e benefícios.


Diante dessas revelações, fica claro que a prefeitura de Niterói está se precipitando e usando o projeto de forma eleitoreira. O projeto, da forma como está, pode se transformar em um enorme desperdício de dinheiro público, assim como a TransOceânica, prejudicando a cidade e seus moradores. Em vez de seguir cegamente em frente, a administração municipal deveria revisar cuidadosamente todos os aspectos técnicos e financeiros do VLT, garantindo que ele realmente trará benefícios duradouros para Niterói.

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